5 - Fusão Nuclear

Aula 5 - 3º Ano - 4º Bim.


A fusão nuclear ocorre quando dois núcleos pequenos se juntam para formar um núcleo maior. Apesar de esta reação liberar uma grande quantidade de energia, como a reação de fissão, a reação de fusão, muitas vezes necessita de uma grande quantidade de energia o que torna esta reação difícil de ocorrer espontaneamente em situações rotineiras no nosso planeta.

Este tipo de reação necessita de uma grande quantidade de energia para ocorrer porque para que os dois núcleos se fundam é necessário aproximá-los o suficiente para que a força nuclear forte comece a agir entre eles, mas para que ocorra esta aproximação é necessário vencer a força eletromagnética que fica cada vez mais intensa quando duas cargas de mesmo sinal se aproximam.

A reação de fusão ocorre constantemente no núcleo de estrelas como o Sol. Em seu interior átomos de Hidrogênio estão constantemente se fundindo em átomos de Hélio. Nas estrelas esta reação é possível porque a gravidade da própria estrela é forte o suficiente para fazer os dois núcleos iniciais se aproximarem.


5.1 - Reação de Fusão

A seguir um exemplo de reação de fusão:

O Deutério é um núcleo com 1 próton e 1 nêutron então se trata de um Hidrogênio de número de massa 2, o Trício é um núcleo composto de 1 próton e 2 nêutron, então é um Hidrogênio com número de massa 3.

2 H + 3 H --> 4 He + n
2,014 u + 3,016 u --> 4,00 u + 1,01 u
5,03 u --> 5,01 u
8,35 x 10 – 27 kg --> 8,32 x 10 – 27 kg

(Delta)m = 0,03 x 10 – 27 kg

Calculando a relação massa-energia, temos:

E = 0,03 x 10 – 27 . (3 x 10 8)2 --> E = 0,03 x 10 – 27 . 9 x 10 16

E = 0,27 x 10 – 11 J

E (eV) = 0,17 x 10 8 eV à E = 17 MeV


5.2 - Exercício:

Dois núcleos fictícios X e Y com massas de 3,05 u e 2,03 u, respectivamente se fundem dando origem a um outro núcleo fictício de massa de 5,06 u. Qual é a energia (em MeV) liberada nesta reação de fusão?


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Por: Felipe Novaes.


4 - Fissão Nuclear

Aula 4 - 3º Ano - 4º Bim.


Quando um núcleo está muito grande e com uma carga elétrica muito grande, fica instável, pois a força nuclear forte está cada vez menor, e a força eletromagnética cada vez maior tentando separar este núcleo. Quando a força eletromagnética vence o núcleo se divide em dois núcleos menores, esta é a fissão nuclear.


4.1 - Reação de Fissão

Quando ocorre uma reação de fissão nuclear o núcleo inicial se divide em dois outros menores, e a massa do núcleo inicial, geralmente, é ligeiramente maior do que a massa dos núcleos finais.

A seguir segue como exemplo a reação de fissão do U-235, combustível utilizado em usinas e armas nucleares.

Um núcleo de Urânio com número de massa 235 (estável) é bombardeado com um nêutron, este nêutron penetra no núcleo e aumenta seu número de massa para 236. Este núcleo U-236 é muito instável e rapidamente se fissiona. Como produto desta fissão temos um núcleo Kr-92 (Kryptônio), um de Ba-141 (Bário) e 3 nêutrons. Analisando cuidadosamente as massas iniciais e finais desta reação (como está feito a seguir) podemos perceber que a massa no inicio da reação é maior que a massa no fim da reação. Esta quantidade de massa que aparentemente desapareceu (Delta)m foi transformada em energia, esta energia E pode ser calculada pela equação (relação massa-energia):

onde c é a velocidade da luz.

235U + n --» 92Kr + 141Ba + 3n
235,04 + 1,01 --» 91,93 + 140,91 + 3,03
236,05 u --» 235,87 u

Estas massas são dadas em u (unidade de massa atômica), para que possa ser feita a relação massa – energia é necessário que as massas sejam dadas em kg, seguindo a conversão:

1 u = 1,66 x 10 – 27 kg

Fazendo a conversão, temos:

391,843 x 10 – 27 kg --» 391,544 x 10 – 27 kg

A diferença de massa é: (Delta)m = 0,3 x 10 – 27 kg

Calculando a relação massa – energia, temos:

E = 0,3 x 10 – 27 . 9 x 10 16 --» E = 2,7 x 10 – 11 J

Fazendo a conversão de J para eV, temos:

E = 1,69 x 10 8 eV --» E = 1,69 MeV


4.2 - Exercício:

Um átomo fictício A instável tem massa de 285,04 u, quando sofre uma fissão tem como produto dois átomos, também fictícios B e C com massa 142,01 e 143,02 respectivamente. Qual é a energia (em eV) liberada nesta reação de fissão?


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Por: Felipe Novaes.

3 - Métodos de Detecção

Aula 3 - 3º Ano - 4º Bim.


3.1 - Geiger-Muller
O contador de Geiger-Muller é aquele detector clássico que aparece muitas vezes em filmes, este aparelho detecta radiações ionizantes do tipo alfa, beta, gama e raio-X, a figura a seguir mostra um esquema do aparelho.



- Alfa: A partícula alfa, como foi dito na aula anterior é barrada por uma folha de papel, então não consegue penetrar a janela do detector que é constituída de uma fina lâmina de alumínio. Mesmo sem penetrar deposita sua energia nesta janela, que é o suficiente para gerar um sinal elétrico que vai gerar o som no alto falante e aumentar a contagem em uma unidade.

- Beta: A partícula beta, se trata de um elétron, que só é barrado por uma placa metálica, como a janela é feita de uma lâmina muito fina, não é suficiente para barrar a partícula beta que penetra o interior do detector. O Interior deste tubo contém um gás neutro, mas facilmente ionizável. Quando a partícula beta colide com um átomo deste gás se prende à ele deixando o átomo ionizado negativamente, que segue para um eletrodo positivo gerando um sinal elétrico que vai produzir o som e aumentar a contagem em uma unidade.
- Gama e Raio-X: As radiações gama e de raio-X são radiações eletromagnética, por isso penetram facilmente no tubo do detector. Quando atingem um dos átomos neutros do gás no interior do tubo, transferem sua energia para um elétron deste átomo, como a energia da radiação é muito grande o elétron não vai apenas ficar excitado e mudar de camada eletrônica, este elétron vai ficar livre deixando o átomo ionizado positivamente. Este íon positivo vai se dirigir para um eletrodo negativo e vai gerar um sinal elétrico que vai produzir o som e aumentar a contagem em uma unidade.

- Vantagens: No instante em que as medições são realizadas é possível saber se o ambiente está com uma contaminação radioativa significante, e seguindo o som produzido pelo falante é possível até identificar a fonte radioativa.

- Desvantagens:
. Não é possível distinguir o tipo de radiação ionizante que incidiu sobre o detector, apenas a quantidade total.
. Se mais de uma partícula incidir sobre o detector ao mesmo tempo ou em intervalos muito próximos o contador irá registrar apenas um pulso elétrico, então este método não é muito preciso quando se trata de uma grande quantidade de radiação ionizante.


3.2 - Detectores Sólidos

Um material que tenha a seguinte propriedade pode ser utilizado como detector sólido de radiação:

- Quando este material é atingido por radiação ionizante, esta radiação altera algum aspecto física ou químico do material, se for possível esquematizar e estudar detalhadamente esta alteração, o material poderá funcionar como um detector.


Exemplo: Detector de Partículas Alfa:

Quando uma partícula alfa atinge o detector deixa uma região danificada, de baixa densidade. Esta região não é visível nem ao microscópio.

Depois este detector é submetido a um tratamento químico adequado que corrói o detector por inteiro, mas corrói com muito mais facilidade a região danificada pela partícula alfa.

Então a região danificada fica muito maior sendo visível ao microscópio. Calculando a relação entre o número de partículas alfa que atingiram o detector e o tempo que este detector ficou exposto pode-se conhecer a quantidade de radiação presente no ambiente em que ele ficou exposto.



A figura abaixo mostra uma foto obtida com um microscópio com aumento de 500 x de um detector do tipo CR –39.



3.3 - Radiação Ambiental:

Grande parte dos materiais constituintes do solo do planeta Terra possuem Urânio como impureza. Este Urânio tem uma certa probabilidade de se fissionar, transformando-se em outro elementos químicos.

Nesta cadeia um elemento de grande interesse é o Rn – 222 (Radônio) que por se tratar de um gás nobre sai do solo e se mistura ao ar que respiramos. Na maioria das vezes o Rn entra em nossos pulmões junto com o ar e sai junto com ele, mas em alguns casos, este elemento pode decair dentro no nosso aparelho respiratório, assim emitindo uma partícula e se transformando em outro elemento químico, que não é um gás nobre e vai ficar preso dentro do aparelho respiratório. Antes de se tornar um elemento estável o Rn vai decair 6 vezes dentro do aparelho respiratório, 3 por alfa e 3 por beta, e toda esta radiação vai atingir diretamente o tecido do pulmão, se a quantidade de átomos de Rn aspirada for muito grande pode gerar um câncer.

Os locais aonde a concentração de Rn no ar é maior são lugares muito fechados e principalmente subsolos e cavernas, então um local bem arejado e com janelas aberta diminui o problema de contaminação do ar por Rn.

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Por: Felipe Novaes.

2 - Decaimento Radioativo

Aula 2 - 3º Ano - 4º Bim.

O número de massa (A) de um núcleo é dado pela soma do número de nêutron (n) com o número de prótons, ou número atômico (Z).

O decaimento radioativo ocorre principalmente em núcleo muito grandes. Nestes núcleos a força eletromagnética é tão intensa, por causa da grande quantidade de carga, e o núcleo é tão grande que a força nuclear forte não consegue mais suportar todo o núcleo coeso. Então, em busca de uma maior estabilidade o núcleo decai.

São chamados de átomos radioativos aqueles cujos núcleos tem a possibilidade de decair. Um núcleo radioativo pode decair por alfa, beta e gama.


2.1 - Decaimento Alfa




Quando um átomo decai por alfa, ele emite uma partícula alfa (2 prótons e dois nêutrons), então o núcleo perde 4 unidades do número de massa e duas unidades do número atômico. Como o número atômico é alterado o elemento químico também muda.

A partícula alfa proveniente deste decaimento tem uma pequena penetração em materiais, uma folha de papel é suficiente para barrar esta partícula.


2.2 - Radiação Beta

A radiação do tipo Beta é um elétron muito energético, então tem uma penetração média, sendo barrada por uma chapa metálica.


2.3 - Radiação Gama

A radiação do tipo gama é radiação eletromagnética, tem uma grande energia e uma penetração muito alta, sendo barrada apenas por uma parede grossa de concreto ou uma grossa placa de chumbo.


2.4 - Meia-vida

O tempo necessário para que uma determinada quantidade de átomos radioativos diminua pela metade é a meia-vida deste elemento.

A quantidade restante de átomos (Qf) depois de um certo número de meias-vidas (n) pode ser calculada em função da quantidade inicial de átomos (Qi).

2.5 - Exemplo

Em um determinado recipiente encontram-se 200 átomos de um elemento radioativo com meia vida de 4 dias.

a) Quantos átomos do elemento inicial restarão no recipiente após 4 dias?

Qi = 200
Qf = ?
Após 4 dias passou 1 meia vida, então n = 1.
Portanto, colocando estes valores na equação, temos:
Qf = 100

Após 4 dias restarão 100 átomos.


b) E após 8 dias?

Após 8 dias passaram-se 2 meias-vidas, então n = 2. Assim, Qf = 50

Após 8 dias restarão 50 átomos.


c) E após 20 dias?

Após 20 dias passaram-se 5 meias-vidas, então n = 5. Assim Qf = 6,25

Este resultado mostra que após 5 meias-vidas no recipiente restarão 6,25 átomos do elemento inicial, este é um resultado estatístico, como sabemos não é possível existir 6,25 átomos então o resultado mais correto é que no recipiente restarão 6 ou 7 átomos do elemento inicial.


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Por: Felipe Novaes.


1 - Coesão do Núcleo

Aula 1 - 3º Ano - 4º Bim.


Uma das primeiras coisas que aprendemos quando estudamos eletricidade é o seguinte: Cargas de sinais opostos se atraem e cargas de mesmo sinal se repelem. Na maioria dos modelos atômicos que foram estudados existia um núcleo composto de cargas positivas no centro do átomo.

Este núcleo é composto de prótons (positivos) e nêutrons (sem carga elétrica, neutros). Conhecendo esta estrutura do núcleo vem à tona a seguinte pergunta: Se o núcleo é feito de cargas positivas e neutras, como elas ficam todas juntas sem se repelir?

Para responder esta pergunta é preciso conhecer um pouco mais sobre a força eletromagnética, responsável pela repulsão entre cargas de mesmo sinal, e sobre a força nuclear forte.


1.1 - Força Eletromagnética

Uma carga elétrica repele outra carga de mesmo sinal, mesmo sem contato, à distância, como sabemos por meio de um campo elétrico. Este campo elétrico é transmitido por meio de partículas mensageiras, cada tipo de força tem uma partícula mensageira, no caso da força eletromagnética esta partícula é o fóton. As características de uma força dependem das características de sua partícula mensageira.

O fóton é uma partícula sem massa e que se movimenta na velocidade da luz, por isso a força elétrica age a uma grande distância, já que o fóton se movimenta sem dificuldade por não ter massa.


1.2 - Força Nuclear Forte

A força nuclear é um tipo de força que só age sobre partículas que estão muito próximas, como no núcleo atômico. De acordo com as características esperadas da força nuclear forte uma partículas mensageira foi prevista teoricamente, o méson-pi, ou píon.

Para que a teoria da força nuclear forte estivesse correta esta partícula deveria ser encontrada experimentalmente. Durante um estudo sobre raios cósmicos na Bolívia o brasileiro César Lates, descobriu uma partícula ainda desconhecida, depois de alguns estudos concluiu que esta partícula tinha as características da partícula mensageira da força forte. Após alguns anos trabalhando em um laboratório nos EUA César Lates conseguiu detectar mesóns-pi produzidos artificialmente, comprovando definitivamente a teoria da força nuclear forte.


1.3 - Força Eletromagnética X Força Nuclear Forte

O fóton, partícula mensageira da força eletromagnética, é muito rápido dando um maior alcance à esta força, mas ela é relativamente fraca com relação à força nuclear forte. Como o méson-pi é muito pesado, a força nuclear forte tem um pequeno alcance, mas é a mais intensa das forças conhecidas na natureza.

Então, no núcleo atômico acontece uma certa competição entre as forças, como a distância é muito pequena, a força nuclear forte acaba sobressaindo. Á medida que a distância aumenta, a força nuclear fica desprezível e vence a força eletromagnética, por isso os efeitos da força nuclear forte não são visíveis em nossa realidade.






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http://rapidshare.com/files/158970185/Aula_1.doc

Por: Felipe Novaes.